Desde o dia 19 de abril os refugiados afegãos estão recebendo cuidados, atendimento e alimentação na Vila Minha Pátria em Morungaba/SP. A Camila Dutra, médica geneticista e pediatra está como voluntária nessa missão e compartilhou como tem sido a experiência: 

Eu cheguei na quinta-feira (21) e conversei um pouquinho com as meninas refugiadas. Uma delas, que vamos chamar de Vera, por questões de segurança, uma moça que fala muito bem o inglês e está aqui com seus pais e seus irmãos. Eu atendi tanto ela quanto a família também. Vera é formada em Administração e trabalhava numa boa empresa, a mãe dona de casa e o pai trabalhava num mercadinho. 

Uma coisa que me deixou preocupada foi com o pai, com 50 anos de idade ele se queixa de esquecer as coisas muito rápido.  Às vezes ele acabava de falar com a gente  qualquer coisa ele já esquecia tudo. A família relatou que é uma queixa que não é de agora, já tem uns 20 anos, sem progredir, mas sempre com esses esquecimentos. 

Eu perguntei para Vera se tinha algum motivo pra ele não ter procurado algum tratamento, algum médico e ela falou: Ah, aparentemente, não.  Como se para ele aquilo fosse normal, pois seguir a vida trabalhando é o que importa. Então acho que eles não dão muita importância. 

E é a Vera que mantém a família, pois ela trabalha, cuida dos pais, dos irmãos, um de 18 e o outro de 20 anos de idade. Ainda jovens e não tiveram tempo de pensar em algum tipo de estudo ou formação, pois desde 2001 com essa questão aí do Talibã, lembro da balbúrdia que foi, o horror que foi. Depois as tropas americanas foram para lá, aí as coisas diluíram um pouco e agora eles voltaram com  força. Então praticamente essa foi uma geração que viveu bastante esse clima de guerra. Os irmãos e pai se queixam que não conseguem dormir bem. O pai também reclama de tremores, falta de concentração, que pelo que vi se agravou depois de um acidente de carro que aconteceu com ele. 

Eu indiquei psicoterapia e eu sei que é uma coisa que dá pra gente fazer durante esse período deles aqui. Será um caso interessante de acompanhar. Eles estão com aquele estresse pós-guerra e vamos atuar para curar isso. 

 

Ore por esse trabalho e para que muitas vidas sejam curadas e alcançadas por Jesus. 

Seja um voluntário e atue de perto nessa missão: https://www.cognitoforms.com/jmm8/vsfrefugiadosafeg50snobrasil

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