A atuação de voluntários em Missões Mundiais impacta não só pessoas nos campos missionários, como também na mobilização junto às igrejas brasileiras. Uma destas ações tem apoiado a Comunicação e Marketing da JMM na tradução de vídeos para a Língua Brasileira de Sinais – Libras, promovendo a inclusão de surdos em missões. E a Rosana Soares, membro da Primeira Igreja Batista do Recreio, na Zona Oeste do Rio de Janeiro/RJ, tem disponibilizado parte do seu tempo para apoiar esse trabalho. Recentemente, ela aceitou o convite para traduzir de forma totalmente voluntária os vídeos da campanha Doe Esperança.

Rosana é Bacharel em Letras-Libras pela Universidade Federal de Santa Catarina. Mas sua história com a Libras é antiga.

“Comecei a aprender Libras na minha Igreja em Ipatinga-MG aos 9 anos de idade. Na época não consegui dar continuidade ao aprendizado e acabei esquecendo muita coisa. Depois, retornei aos 18 anos quando o ministério com surdos estava iniciando na Primeira Igreja Batista do Recreio. Foi aí que comecei a fazer amizade com os surdos e me apaixonar pela língua”, conta Rosana.

Sempre interessada em aprender mais para que os surdos não perdessem nenhuma informação, Rosana com o trabalho que desenvolvia na igreja, começou a ser chamada para atuar em empresas, universidades, palestras, etc. Atualmente ela trabalha na área de comunicação e a interpretação voltou a ser apenas trabalho voluntário.

Há 6 anos Rosana traduz vídeos de campanhas da JMM

Dados do último censo do IBGE apontam que existem 10 milhões de surdos no Brasil. Segundo a Federação Mundial dos Surdos, 80% dos surdos de todo o planeta têm baixa escolaridade e problemas de alfabetização. As igrejas evangélicas normalmente são conhecidas por defender e apoiar os cidadãos em suas grandes necessidades. E a voluntária de Missões Mundiais é uma das muitas pessoas que abraçaram a causa dos surdos.

“As igrejas foram responsáveis por muitas conquistas para a comunidade surda. Muitos intérpretes profissionais começaram em suas igrejas.

Ao mesmo tempo, percebo que não acompanhamos toda a evolução da Língua Brasileira de Sinais e da comunidade surda na sociedade. Isso fez com que os surdos desanimassem e, até pouco tempo, o que mais estávamos vendo era um esvaziamento dos ministérios. Agora começo a perceber uma retomada”, comenta.

Segundo Rosana, é importante termos em mente que precisamos fazer diferente.

“Temos que buscar excelência na interpretação e capacitar cada vez mais pessoas para esse ministério. Temos que dar protagonismo aos surdos, respeitar sua identidade e necessidades, produzir materiais apropriados para eles e, na Língua de Sinais, agir em suas necessidades”, diz.

Seu ministério são os surdos. E Rosana entende que Deus a chamou para ajudar no evangelismo e discipulado deste povo. A Libras é um instrumento para alcançá-los.

Os vídeos da campanha Doe Esperança não são o primeiro trabalho de Rosana com Missões Mundiais. Ela tem traduzido vídeos de campanhas da JMM desde 2013.

“Lá se vão seis anos. Para mim é uma grande honra poder juntar interpretação em Libras com missões. É um privilégio. Todo ano dou um jeitinho para conseguir participar. Em 2014, chamei a minha irmã em Cristo Elizangela Ramos para me ajudar e temos servidos juntas desde então”, revela.

Rosana teve a companhia de Elizangela Ramos e da pequena Isabella na tradução dos vídeos da campanha Faça a Terra se Alegrar

Mesmo quando estava com os filhos recém-nascidos, Rosana não deixou de ser voluntária de Missões Mundiais.

“Já fui carregando meus filhos recém-nascidos em 2013 e 2016, mas o importante é conseguir encaixar um espaço na agenda para participar.

Além de servir, Deus sempre fala alguma coisa comigo. Lembro da campanha de 2015 “Eu tenho um chamado”. Deus me tocou muito profundamente. Eu estava muito desanimada na época e ali Deus começou a me falar que eu não podia desistir”, recorda.

Durante a Conferência “Passion 2019” realizada nos Estados Unidos foi dito que apenas 2% das pessoas surdas em todo o mundo têm acesso aos Evangelhos em suas línguas de sinais. Rosana espera que mais pessoas possam se mobilizar para mudar este cenário.

“Isso me entristece. São muitos surdos sofrendo sem conhecer Jesus. Espero que mais pessoas se despertem para esse ministério e, mesmo aqueles que não vão trabalhar diretamente com os surdos, que tenham interesse em aprender pelo menos o básico em Libras, de se comunicar com eles, de compreender a identidade e cultura surda e ter empatia por eles”, comenta.

O trabalho voluntário de Rosana na campanha Doe Esperança tem ajudado a despertar igrejas de todo o Brasil para o trabalho da missionária Rosangela Teck na Escola Pamosi, em Angola, que inclui não apenas surdos, mas também cegos, portadores de Síndrome de Down, entre outras pessoas antes excluídas da sociedade e do Reino de Deus por conta da dificuldade de comunicação. Para participar do Doe Esperança, acesse www.doeesperanca.org.br. 

Doe Esperança

  

por Marcia Pinheiro