O coronavírus trouxe consigo não apenas a pandemia de Covid-19, a doença mais devastadora do século XXI, mas muitos outros problemas com impacto significativo na sociedade. Dentre eles, o agravamento da fome. Quando ainda se falava da Covid-19 na China, Missões Mundiais se atentou para o risco de desabastecimento nos campos missionários que poderiam sofrer de forma severa com a fome e a desnutrição.


Refletindo nisso e, coincidentemente próximo ao seu aniversário (26 de maio) o Diretor Executivo de Missões Mundiais, João Marcos Barreto Soares, desafiou as igrejas brasileiras em uma ação em favor das necessidades alimentares específicas de São Tomé e Príncipe, na África. “Eu desafiei o pessoal da JMM e disse: ‘Olha, eu quero desafiar os meus amigos, eu mesmo e minha família também, a darem uma oferta para o pessoal de São Tomé e Príncipe”, explica.


Assim surgiu a campanha “Há Fome no Mundo” que tem por objetivo aprimorar a oferta de alimentos, com ações emergenciais para entrega de cestas básicas a famílias necessitadas. Pessoas de São Tomé e Príncipe, Haiti, Moçambique, Colômbia e Venezuela já foram beneficiados. E o que era apenas um socorro emergencial em primeiro momento, hoje se tornou um trabalho de desenvolvimento comunitário, utilizando recursos próprios para promover níveis seguros de alimentação.


A missionária Gabriela Mendes é nutricionista e está colaborando na área de nutrição e segurança alimentar do projeto Há Fome no Mundo, em conjunto com o missionário Lucas Mota que atua como Coordenador pela área de Desenvolvimento Comunitário. Ao participar da live Missões Mundiais Não Para nesta segunda-feira, 31 de agosto, a missionária trouxe dados que ajudam a refletir sobre a importância desse trabalho.


Atualmente, em consequência a pandemia, a estimativa é que 265 milhões de pessoas estejam enfrentando fome severa (quando a pessoa pode morrer por falta de comida) e que cerca de 1,2 milhões de pessoas estejam no quadro de insegurança familiar (quando não há acesso a alimento em quantidade e qualidade para uma vida saudável). Concentrando-se nas crianças, um dos focos principais do trabalho. Dados apontam que cerca de 50% das mortes de menores de cinco anos têm como causa a desnutrição e doenças associadas.


Como nutricionista, a missionária Gabriela explica como a desnutrição infantil pode afetar gravemente a vida de uma criança:


“Toda criança nasce com uma capacidade imensa de aprender, de descobrir. As crianças são curiosas, gostam de brincar, de aprender coisas novas... Mas uma criança desnutrida não, porque ela não tem energia para isso. Ela não tem ânimo, não consegue desenvolver bem as atividades e tem dificuldade no ensino. Muitas vezes as sequelas em crianças que entram em uma desnutrição um pouco mais grave, acabam ficando para a vida toda; e vão se tornando cada vez mais difíceis de serem revertidas. Então o ‘Há Fome no Mundo’ têm se preocupado com a alimentação em geral, mas o foco mesmo é a alimentação infantil, com as crianças do PEPE, porque elas são o grupo mais frágil.”


Na Colômbia a situação da desnutrição que já vinha afetando as crianças indígenas e mais pobres, agravou ainda mais com os impactos socioeconômicos do coronavírus. A missionária Carmen Lígia, conta que ela e os outros coordenadores e missionários-educadores do PEPE têm buscado uma solução para a situação.


“A gente precisa realmente fazer algo (...) Você pode dizer há alguém: ‘Você é especial; Que Deus te ama; Que Jesus é seu Salvador’, mas se está com fome, não adianta. A gente precisa colocar alguma coisa no estômago dessas pessoas para que elas possam entender o verdadeiro amor de Jesus através das nossas ações”, disse Carmen.
Através das doações algumas ações já entraram em vigor no PEPE Venezuela, outro país que enfrenta um quadro difícil de alimentação. Esta semana está sendo viabilizada a produção de farinhas enriquecidas para complementar a alimentação das crianças que fazem parte das 23 unidades do PEPE. Elas também passarão por avaliação nutricional para verificar a necessidade de intervenções nutricionais mais específicas e intensas.


Enquanto isso, no Haiti, os missionários realizaram um curso de hortas urbanas. Eles estão fazendo testes e se organizando para implantar o projeto na comunidade de forma a incentivar a produção local de legumes e verduras. Essas hortas serão boas fontes de alimentação saudável para as famílias, além de ajudar na complementação da renda. Essa capacitação foi produzida por vídeo para Moçambique e São Tomé e Príncipe e depois foi compartilhada com o Haiti.


Você pode fazer parte do Há Fome no Mundo e ajudar Missões Mundiais a levar alimento e o amor de Jesus a muitas crianças e famílias em necessidade. Você pode orar pelo trabalho, por recursos financeiros e pelo levantamento de mais obreiros. E também pode contribuir com o projeto pelo site presenteparamissoes.com.br. Lá você desafia seus amigos e familiares, assim como fez o Pr. João Marcos Barreto Soares, a doar um presente em seu nome.


Não fique de fora do que Deus está fazendo no mundo. Contribua para o projeto Há Fome no Mundo.


E nesta quarta, quinta e sexta-feira você saberá novidades sobre o projeto na série de lives Missões Mundiais Não Para pelo YouTube e também pelo Facebook de Missões Mundiais. A programação vai ao ar sempre às 19h, mas ficará disponível para você assistir sempre que quiser até mesmo exibi-la em sua igreja.

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por Jamile Barros