O Líbano é sim um lugar fantástico. Seus muitos desdobramentos políticos, religiosos, filosóficos, sociológicos, etc apresentam uma história peculiar daquele pequeno país do Oriente Médio. Sua capital, Beirute, nos anos 1950 e 1960, foi considerada a Paris do Oriente Médio, sendo elo entre o Ocidente e o Oriente (desconhecido). Suas praias, cassinos e hotéis de luxo traziam os magnatas do mundo inteiro à capital libanesa. Naquela mesma cidade foi construída uma das primeiras faculdades de leis do mundo. Por lá, num território menor que o estado de Sergipe, há 42 universidades.

O Líbano também é terra bíblica. Quase 70 referências ao nome Líbano estão registradas nas Sagradas Escrituras. O próprio nome “Bíblia” vem de uma cidade portuária fenícia localizada na costa do Líbano chamada Byblos (palavra grega para papiro), cidade existente até hoje, sendo uma das mais antigas do mundo ainda em atividade. É no Líbano também onde foi escrita a maior quantidade de livros relacionados à Bíblia. Para alguns estudiosos, o primeiro milagre de Jesus (na cidade de Qaná) foi numa vila no sul do Líbano. O rei Salomão sempre foi um grande amigo do Líbano. Religiosos locais dizem que os cedros do Líbano foram plantados pelas mãos de Deus, por isso, são chamados "cedros de Deus” e o Líbano, a "cidade de Deus” na Terra.

Na história antiga, o nome Líbano tem persistido por 4.000 anos sem mudar, sendo um dos nomes mais velhos de países ainda existentes em todo o mundo, se não for o mais velho. No século XV a.C., numa carta do império Egípcio, foi a primeira vez que se mencionou o nome da metrópole Beirute, e desde então ela está presente e ativa com o mesmo nome. É a terra dos Fenícios, exímios navegadores do Mediterrâneo que revolucionaram o sistema marítimo do mundo conhecido de então. Além dos fenícios, os impérios grego, romano e bizantino dominaram o território do que hoje é o Líbano. Em 1516, os turcos anexaram a região ao império Otomano (islâmico).

Na história moderna, após a Primeira Guerra Mundial (1914–18), o poder local foi assumido pela França, e essa situação se estendeu até 1943, quando chegou sua independência. É o país com a maior diversidade religiosa de todo o Oriente Médio (18 comunidades religiosas). O que faz dele o país mais tenso da região, um verdadeiro barril de pólvora. É onde está a maior porcentagem de cristãos árabes do mundo (40%), o único em todo o mundo árabe onde a constituição diz que seu presidente deve ser cristão. Nos anos 1970, conflitos das diferentes ideologias presentes no país levaram a uma guerra civil entre muçulmanos e cristãos, e intensificou a relação com a Síria e especialmente com Israel, que acabou ocupando parte de seu território no sul do país. Os conflitos no Líbano duraram 15 anos (1975 - 1990), devastando a capital Beirute, sendo possível ver até hoje em várias edificações da cidade marcas dos tiros e das bombas. Naquela época, uma cantora influente libanesa (Fairouz) lançou uma canção (لبيروت - Li Beirute) que veio a ser um hino para a reconstrução do país, porque a mesma dizia que das cinzas e das fumaças, a linda Beirute se reergueria. Nos anos 2000, Israel retirou suas forças do sul do país e as tropas sírias deixaram o Líbano em 2005. Em 2006, o Hezbollah lançou um novo ataque contra Israel. Isso deu início a uma guerra que durou 34 dias e deixou mais de mil mortos. Em 2017, o Líbano chegou ao número de mais de 1 milhão de refugiados sírios em seu território, fazendo dele o país com a maior taxa per capita com presença de refugiados, somados aos milhares de palestinos que já estavam presentes no país desde a criação do estado de Israel, em 1948. Somado a tudo isso, o Líbano enfrenta uma crise política e econômica sem precedentes, levando muita instabilidade ao país.

Como é possível perceber, o Líbano tem uma história de muito dinamismo e dramas, especialmente nos últimos séculos. E recentemente, somado a todos os muitos problemas, ocorreu aquela devastadora explosão no porto de Beirute, deixando milhares de desabrigados e mais de 170 mortos. Os libaneses já dizem que os estragos da explosão são superiores aqueles do tempo da guerra civil.

Missões Mundiais está presente no país desde os anos 1990, sendo parceira das igrejas e obreiros locais, trabalhando junto aos refugiados sírios e junto à causa de crianças marginalizadas, e não será diferente agora diante da catástrofe em Beirute. Estamos de mãos dadas com instituições locais e também através da Aliança Batista Mundial. Por meio da campanha Ajude Agora Beirute você pode se unir à JMM e ajudar a amparar o Líbano e seu povo tão amado pelo próprio Deus.

O Líbano é sem dúvida um dos lugares mais incríveis que conheço.  Conviver junto ao seu muito culto e animado povo e cultura, fez com que esse país se tornasse um dos nossos cantinhos favoritos no mundo árabe. Beirute, em particular, é conhecida como a Fênix do Oriente Médio, uma vez que aquela pequena (porém muito populosa e histórica cidade) já foi destruída e reconstruída sete vezes. Nossa família se une ao refrão daquela música dos anos 1980, a qual voltou a ser um hino para Beirute, e dizemos em Árabe: من قلوبنا سلام لبيروت  (Do fundo do coração, desejamos Paz à Beirute). Crendo assim que ela será reerguida novamente!

Paz - السلام

Pr Caleb Mubarak

 

Ajude Agora Beirute