O cantor e compositor Alexandre Magnani conta em entrevista sobre suas inspirações e processo criativo que o fizeram dar vida à canção “Viva a Compaixão (Teu Reino Vem)”, sua quarta composição e produção para uma campanha de Missões Mundiais.

Missões Mundiais: Após tantos convites você já se acostumou com esta nossa parceria, mesmo após o sucesso da música “Até que Ele Venha” (2017)?

Alexandre Magnani: Nunca. Não dá para me acostumar com um convite da Junta, porque é de muita responsabilidade. Toda vez que vocês entram em contato eu recebo o convite com muito tremor e temor. Ainda mais depois de “Até que Ele Venha” porque, graças a Deus, a música foi muito bem aceita pelas igrejas. Elas a colocam no seu repertório, no momento de louvor e isso para mim é motivo de muita alegria, de gratidão ao Senhor por ter me permitido participar disso. E aí, toda vez que a Junta entra em contato, eu falo: “Meu Deus! Nossa! E agora?”. 

E aí em todos esses anos, os temas também foram desafiadores e convidativos. Então eu sempre aceito o desafio. E participar disso é muito maior. (...) Fazer parte de missões é contribuir com a minha vocação, então tem a ver com esse privilégio, porque para mim, através da música, posso somar um pouquinho dentro dessa campanha enorme que Missões Mundiais faz.

A música da campanha atual teve algo diferente das canções “Eu Sou” e “Alegria e Transformação”? Como foi todo o processo criativo até chegar a este resultado?

Foi especial porque quando me foi passado o tema e o Pr. João Marcos (diretor executivo de Missões Mundiais) me falou que seria sobre compaixão… Quer dizer, a gente ainda está vivendo uma pandemia, vivendo um tempo no qual muitas pessoas estão sofrendo… E eu não queria ser apático em relação a isso. 

Acho que nós, como cristãos, devemos sim sentir a dor do outro. E “amar o próximo como a ti mesmo” é se colocar no lugar do próximo. E eu não queria fazer desse sentimento uma música por si só. Queria, além disso, trazer algo resultante do sentimento de compaixão. 

E então, bem na semana em que eu fui começar a compor a música, o Talibã tomou conta do Afeganistão e aí teve aquela cena fortíssima de algumas pessoas tentando subir no avião e começaram a cair… Aquilo me marcou muito. 

No momento em que vi as notícias, orei ao Senhor pedindo para sentir compaixão e perguntando qual seria o resultado desse sentimento.

Como seguidor de Jesus, você estava
 realmente disposto a viver mais intensamente a compaixão?

Tentando entender melhor esse sentimento, eu conversei com um amigo que é missionário na Albânia. Perguntei o que o motivou a deixar o país e fazer missões em um lugar desconhecido, com um idioma desconhecido… E segui perguntando a outros amigos próximos e de ministério. Foi quando comecei u a reunir as respostas e fazer recortes e colagens em um caderno de composição.

E na primeira página eu já coloquei a arte (da campanha) e nela já houve algo resultante do sentimento: que é o partilhar do pão, saciar a fome de quem sente fome, de cuidar daquele que está sofrendo. Eu colei e comecei a escrever algumas coisas e fui além. Comecei a fazer colagens com situações no Brasil também (...) Escrevi: “compaixão é quando você sofre a dor do próximo. É quando você realmente está junto lá”. Tem a colagem do caso do Afeganistão, da fome no Brasil e várias outras coisas.

O caderno se tornou um espaço não só de inspiração, mas de conexão com Deus, com o que o Senhor tinha para me dizer. Eu também escrevi orações nas páginas e muitas reflexões, antes mesmo de começar a compor. 

Ao colocar no papel as palavras amontoadas de seus pensamentos e sentimentos sobre os acontecimentos do dia a dia, você começou a perceber o resultado, aquilo que perguntara no início. Você se lembrou dos momentos em que Jesus não só sentiu a compaixão, mas também agiu. Certo? 

A compaixão nos leva a ter atitudes, ações. (...) Então, se há compaixão no meu coração e eu vejo que diante do sofrimento e da dor eu posso fazer alguma coisa, então eu estou sinalizando o Reino de Deus aqui. Eu estou indo. Eu estou fazendo. E missões fala sobre isso. Enquanto eu vou, enquanto eu vivo a minha vida e eu vejo pessoas que precisam de ajuda, auxílio, cuidado, atenção, de tempo, de resolução de problemas, então eu tenho que fazê-lo. 

Há o sentimento de compaixão no meu coração e por causa dele eu terei uma atitude. Eu ajo na vida da pessoa e eu sinalizo o Reino de Jesus. Tanto que a música (o título) ficou: Viva a Compaixão (Teu Reino Vem). Tem o sentimento, mas a manifestação pós sentimento é trazer o Reino de Jesus para esse mundo corrompido, esse mundo que sofre.

Toda música é especial. Contudo, já na primeira estrofe, escrevi o que considero ser o principal ato de compaixão: o próprio Cristo, o nosso Senhor e Rei, que se colocou no lugar do homem. Um lugar que o homem merecia estar por conta dos pecados. Não há como falar de amor e compaixão sem mencionar o ato do próprio Deus entregando o seu Filho para morrer pela humanidade.

Fale também um pouco  sobre seu ministério na Igreja Batista em Morumbi, São Paulo. Qual a importância do líder de Louvor diante da congregação, em relação à adoração comunitária. Como você espera que a música da campanha ajude a igreja a se conectar com Deus, com o sentimento de compaixão e com missões?

É um papel prazeroso, que dá muito trabalho, mas que também dá muita alegria. Porque você (líder de louvor) está tendo o privilégio de direcionar a adoração comunitária. E ela tem no seu papel fundamental a adoração vertical. Bendizer a Deus. (...) Porque nada substitui a adoração diretamente a Deus e em uma só voz. E o papel do ministro de música é ter também uma sensibilidade para escolher canções que sejam acessíveis, bonitas e teológicas para que a sua igreja cante. E eu posso dizer que a “Viva a Compaixão (Teu Reino Vem)” é uma dessas canções. (...) E tenho certeza de que será bênção na comunidade de fé porque é sobre Jesus que a gente está cantando, é sobre o nosso Deus. 

Através da parceria com Missões Mundiais eu entendo que também estou atuando como missionário. Cantem a música, ouçam, toquem e incentivem sua igreja a se envolver com missões. A música da campanha pode ser essa ferramenta que vai ajudar o corpo de Cristo a se engajar com a obra do Senhor no mundo.

Convite

Junte-se ao Alexandre Magnani e à Missões Mundiais no louvor ao Senhor através da música, Viva a Compaixão (Teu Reino Vem) para que, assim, todo o corpo de Cristo possa tomar para si o sentimento de compaixão de forma a sinalizar o Reino de Jesus entre povos e nações de toda a Terra.

Bônus

A entrevista com o Alexandre Magnani foi feita antes da música ser lançada nas plataformas digitais (14/01). Cerca de cinco dias depois, ela já havia entrado em “Novidades Religiosas”, a maior playlist editorial do Spotify Brasil que conta com mais de 180 mil inscritos. 

O que surgiu por meio da inspiração plantada por Deus nas páginas de um caderno de composições, tornou-se uma canção que hoje é usada para louvar, adorar e transmitir o Reino de Jesus através desta simples decisão: viver a compaixão

Você pode conferir a música nas principais plataformas digitais. Acesse: https://cutt.ly/yIRsLQ9 

 

 

por Jamile Barros