Minha visão é que “nações” significam muito mais que um país. O sentido é muito mais profundo, de grupos ou etnias do que apenas a nacionalidade. Dentro de um país podem existir diversas “nações”. Como no Iraque, um país que tem dentro dele o Curdistão, uma nação não reconhecida como independente. Outro povo são os Yázides, que também vivem na região.

Com o movimento de povos pelo mundo e o crescente número de refugiados, temos “nações” vivendo em diferentes países. E Missões Mundiais da CBB tem a missão de: “Fazer discípulos em todos os povos e lugares não-alcançados”; por isso estamos empenhados em fazer com que a mensagem da redenção em Cristo chegue a essas “nações”, não importa onde estejam.

Um exemplo claro disso está em nosso projeto com surdos, que independente da nacionalidade, são um povo não-alcançado. Só no Oriente Médio temos dois projetos que estão empenhados em chegar até essas pessoas. A casa da cultura para surdos está passando por um tempo de provas, pois até o meio do ano contávamos com uma missionária ouvinte, do próprio país, que gerenciava o projeto, mas ela recebeu a possibilidade de imigrar para os Estados Unidos, e quase como todo cristão naquela região, quando tem uma oportunidade, não deixa escapar. 

Contudo, o projeto continua a pleno vapor. Estamos com um livro pronto para ser editado, que ensina a linguagem de sinais para ouvintes e surdos. Esse material foi preparado pelo nosso projeto e será uma poderosa ferramenta não só para os surdos do nosso projeto, como para os surdos daquela nação. Também oferecemos aulas de linguagem de sinais para crianças surdas. 

Outro exemplo é a escola-projeto para surdos que temos no Sahel, em um país específico naquela região. Além da escola de ensino fundamental, focada no ensino infantil, temos um projeto paralelo de alfabetização de jovens e adultos, que hoje sabem ler e escrever e podem se comunicar entre si, com seus parentes e ter uma vida melhor na sociedade.

Naquele projeto, uma jovem entregou sua vida a Jesus Cristo, que veio de uma família profundamente tradicional, que segue o Islã. Devido a todo o testemunho de transformação de vida perante sua família, ela foi batizada e expressa um profundo desejo de ser missionária entre os surdos em seu país e na região. Na última semana, conversei sobre essa jovem com um parceiro na região, e buscamos, em oração, encontrar meios de investir na vida dessa jovem.

Ore pela continuidade do discipulado da jovem surda no Sahel. Ore para encontrarmos alguém com chamado para essa nação no Oriente Médio e que assuma o projeto.

Jessé Carvalho

Coordenador de Missões Mundiais no Oriente Médio, Norte da África e Sahel Africano