A cada final de ano, temos feito uma atividade de Natal para nossos amigos que vivem nas ruas de Medellín. É incrível como, 3 meses antes, eles já começam a perguntar pela atividade. Temos sempre nos esforçado para levar 150 almoços que fazem a alegria destas pessoas. No entanto, com a alta do dólar, temos perdido muitos recursos e, portanto, vimos que não seria possível distribuir essa quantidade. Foi aí que nos lembramos de alguns amigos, e compartilhamos nosso sonho de fazer, não apenas os 150, mas evoluir, uma vez que o número de moradores de rua por aqui cresce a cada dia.

No princípio parecia muito distante, mas Deus como sempre foi fiel e os recursos se multiplicaram. Assim fomos capazes de fazer 270 almoços para nossos amigos em nossa celebração do Natal. Alguns irmãos aceitaram o desafio de fazer a comida. Fizemos um arroz com carne juntamente com a comida típica: “Natilla e Buñuelo”. O número de refeições nos surpreendeu e nos fez mudar parte da estratégia, já que todos os anos saíamos com a comida para levar-lhes diretamente nas ruas. Desta vez nossos voluntários não dariam conta de levar todas essas refeições. Pensamos em mudar um pouco e depois de falar com a direção do PARE – Programa de Ajuda, Reabilitação e Esperança. Sentimos que seria mais fácil sair às ruas com uns cartões de Natal, convidando os moradores de rua para vir à Fundação. No entanto, sabemos que nem todos atendem ao convite, pois alguns têm dívida de droga e não podem vir por essas ruas. Assim decidimos levar 30 almoços aos nossos amigos que estavam mais distantes da Fundação e os outros 240 serviríamos ali mesmo.

Depois de nos dividirmos em diferentes equipes, saímos para fazer os convites e atendê-los. Foi realmente lindo ver a resposta imediata de cada um deles. Muitos seguiam conosco, interessados em estar lá o quanto antes e receber primeiro seu almoço. Recebemos famílias inteiras de venezuelanos e também muitos outros moradores de rua.

Eu fiquei surpresa ao ver um dos meninos, que não queria entrar pois tinha medo de que trancássemos a porta, que depois de muita conversa entrou e comeu com todos. E depois ele nos agradeceu, já que estava com muita fome. 

Conseguimos nos organizar e a equipe que ficou na Fundação orou com eles, dando graças a Deus pelo alimento. Para alguns ainda oferecemos roupa e calçados que também recebemos de doação. Foi um lindo momento com todos. Eles mesmos começaram a cuidar do ambiente, não deixando que nada caísse nas mesas, evitando nos dar trabalho a fim de que pudéssemos receber prontamente o próximo grupo. Dividimos a entrada em grupos de 30 pessoas.

A equipe que levou o almoço chegou bem feliz, contando da alegria de cada um deles ao receber a comida. Eles também compartilharam sobre como os mais novos foram atendidos. Um deles tinha uma ferida muito grande e foi atendido com um kit de primeiros socorros. Esse jovem ficou muito feliz e não tinha palavras para agradecer à equipe por tamanha atenção.

Todas essas ações alegraram nosso coração. Ver como Deus pode usar vida para alcançar os marginalizados, mostrando o seu amor. Vimos com tudo isso que Deus não tem problemas financeiros. Ele simplesmente tem recursos para usar em sua obra, e muitas vezes esses recursos estão em nossas mãos; se entendemos isso e damos o nosso melhor, uma grande oferta é formada, capaz de fazer mais do que pedimos ou pensamos.

Há uma semana do evento eu estava triste, pensando que talvez não alcançasse nem a quantidade feita a cada ano.  De repente, um pequeno vendedor de camisetas em uma feira, nos chamou e nos disse que estava emocionado em ver o nosso trabalho. Ele queria dar uma oferta, que eram 50 camisetas para o nosso trabalho. Louvamos a Deus pela resposta do Pai que é imediata. Em nossa celebração também tivemos as camisetas novas, com etiquetas e tudo, para oferecer aos moradores de rua. Um grande exército de ajuda se formou. Quando cada um faz a sua parte, é certo o avanço com o propósito de “alcançar a todos com o amor de Deus”.

Com a oferta desses amigos ainda conseguimos oferecer pequenos presentes para cada voluntário, além de uma oferta para o trabalho com crianças no PARE e em uma congregação onde ajudamos ao ministério infantil. Você também pode ser resposta de Deus para fazer a Colômbia e o projeto Vida en la Calle se alegrar.

Sara Jane Rodrigues
missionária na Colômbia

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