Copa do Mundo e relacionamentos
- Redação JMM
O esporte é algo que aproxima pessoas e forma relacionamentos que podem perdurar por toda a vida. Em se tratando de um evento esportivo como a Copa do Mundo, as chances são ainda maiores. Muitos missionários passaram pela Copa enquanto estavam no campo missionário e viram como essas ocasiões produziram relacionamentos e momentos marcantes. Confira abaixo o relato vivido durante a Copa:
"Servimos como missionários no continente africano desde 2006. Foram dois anos em Moçambique, dois na África do Sul e desde 2013 estamos em Botsuana. Em todos os campos tivemos boas experiências em relação às Copa do Mundo em 2006, 2010, 2014 e 2018. A maior delas e mais marcante foi, sem dúvida, em 2010, na África do Sul.
Ah, a África do Sul! Que momento em nossa vida de ministério missionário… Servimos em Johannesburg por dois anos (2009-2010) e consideramos esta Copa do Mundo como uma das mais importantes para nós no sentido de relacionamento missionário através do esporte. Naquele ano fomos até mesmo desafiados a atuar de forma mais oficial e intensa, pois a igreja brasileira esteve presente de forma sensacional. Recebemos 210 voluntários de um projeto chamado Conexão África de Missões Mundiais e junto com eles visitamos muitas comunidades carentes, levando a alegria do futebol brasileiro com a pregação do Evangelho.
Os 210 voluntários, de diversas denominações, foram hospedados no acampamento Batista e visitavam as nossas igrejas todos os dias para ações evangelísticas. Nossa igreja construiu uma quadra de esportes e recebeu as crianças da comunidade todos os dias para atividades. Além disso, projetamos todos os jogos da Copa em telão, o que manteve o templo cheio de pessoas de toda a vizinhança, que ouviram a mensagem do Evangelho a cada intervalo dos jogos. Os times de voluntários foram organizados para fazerem evangelismo de impacto ao redor dos estádios a cada jogo e foram até mesmo entrevistados pela imprensa que se encantou com sua ação.
Falando de imprensa, um ponto pessoal. Meu pai Roberto Carmona, falecido este ano, era repórter esportivo e estava trabalhando nessa Copa de 2010, a que seria a sua 10ª. No último dia de sua estada no país, reunimos um grupo de missionários, líderes do Conexão em nossa casa para uma feijoada e nesse dia, meu pai teve um encontro com nosso ministério de forma muita intensa. Foi o dia mais importante na minha vida e ministério. Ele também pôde conhecer sua netinha de 1 ano e ter um tempo de qualidade com ela. Uma nota aqui é necessária: minha família e parentes não compartilham da mesma fé que eu e minha esposa, então esse momento foi determinante não somente para a minha vida, mas entendo que para a do meu pai também.
Ainda durante a Copa uma equipe de televisão esportiva do Chile veio à nossa igreja, tendo sido impactada pelo movimento em torno dos estádios, e documentou em vídeos o nosso trabalho. O repórter, ao saber do meu nome, perguntou se eu sabia quem era o repórter brasileiro, ao que respondi, "é meu pai". Assim, ele mostrou ao meu pai o vídeo em que nós trabalhávamos com crianças da comunidade quando fizeram a reportagem. Tivemos ainda a graça de podermos ir aos estádios para assistir a jogos do Brasil, uma vez que recebemos de presente os bilhetes de ingresso.
Não tenho como descrever os momentos em que, ao lado da Edna, estivemos no estádio juntos com outros irmãos assistindo e torcendo pelo Brasil, pois a euforia do povo ao nosso redor era tanta que nem sei como explicar. Os sul africanos nos abraçavam com tanta alegria, tão somente por estarmos ali com eles. Sem dúvida, uma Copa do Mundo que exerceu grande impacto em termos de relacionamentos, tanto evangelísticos como ministeriais ou ainda, familiares e profissionais na área do esporte. São momentos que jamais esqueceremos.
Roberto Carmona
Missionário em Botsuana
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