“[…] porque trago no meu corpo as marcas do Senhor Jesus.” (Gálatas 6.17)

السَّلامُ وَعَلَيْكُم! (Paz seja convosco!)

Nosso retorno ao Oriente Médio como família está cada vez mais perto. Estamos vivendo aqueles dias de acertos da logística da viagem, arrumação das malas, despedida com família, igreja e amigos etc. Já sabemos que estamos indo para um dos países menos estáveis daquela região do mundo. E isso tem sido um assunto que surge constantemente em nossas conversas entre amigos e familiares.

”POR QUE VOCÊS VÃO PARA LÁ?“

Algumas pessoas nos questionam pelo fato de estarmos indo dessa vez com uma criança. Ismael está agora com 6 anos e acaba sendo ele aquele que mais passa empolgação quando fala de nosso retorno definitivo. É claro que entendemos muito bem a preocupação de todos e também não seríamos irresponsáveis em irmos caso a situação do país oferecesse qualquer perigo para nós. Não é esse o caso, em absoluto.

O país está vivendo um caos social e econômico, mas não no que diz respeito à segurança de seus habitantes e tampouco à uma família estrangeira vivendo dentro de suas fronteiras. Se o mesmo cenário ocorresse em muitos países do ocidente, a mesma situação já teria trazido conflitos e caos sem precedentes. É claro que quando mencionamos isso, não estamos descartando todo e qualquer ato extremista, os quais podem sim acontecer por lá, mas também podem ocorrer aqui bem perto de nós, não é mesmo? O fanatismo religioso e o terrorismo são os mais comuns por ali. Mas por aqui enfrentamos um tipo de violência urbana, a qual nossa família considera ser igualmente atos de terrorismo, mas no Brasil são classificados como somente violência urbana.

Há também outra questão envolvida. Em nossas conversas sempre procuramos mostrar o real significado de nosso chamado específico para aquela região e também sobre o nosso papel, o nosso ofício. E nossa resposta acaba sendo igualmente uma pergunta: Qual lugar não seria o ideal para uma família missionária viver, senão onde reina o caos social e a falta de esperança como sendo aqueles, frutos do afastamento de uma relação íntima com o Mestre Jesus? Pois bem, por isso precisamos ir para lá.

O OUTRO LADO DA MOEDA

Ouvimos algo muito interessante de um experiente estudioso da Bíblia argumentando sobre as consequências do início do caos da humanidade, no jardim do Éden (Gênesis 3). Segundo ele, a humanidade sendo livre e por conta de sua natureza, jamais seria capaz de escolher estar exclusivamente do lado do Bem, ao lado de Deus, o criador. Entendendo assim que será somente pelo sofrimento (em diferentes níveis) é que virá o reconhecimento do senhorio do Cordeiro e toda lágrima será então enxugada.

Pensando assim, fica mais notório entender a dinâmica e interpretação das Sagradas Escrituras como sendo aquela que proporcionará à humanidade a chance de um processo de ”religar" a espécie humana ao seu Senhor. Deste conceito surge o termo religião.

As consequências da queda trouxeram dor, esforço humano para o sustento (trabalho) e outras dificuldades mais. Parece ser essa a razão dos cristãos do primeiro século (os da Igreja Primitiva), tendo nos apóstolos a grande referência, levarem bem mais a sério a questão de serem privilegiados por sofrerem por causa do nome de Cristo.

COMO NÃO IR PARA LÁ?

As notícias que chegam daquela região e também do Norte da África nos fazem pensar todos os dias sobre nossa tão aguardada chegada por lá. Temos ouvido relatos de consideráveis avanços no Oriente Médio, especialmente entre aqueles que mais sofrem, como é o caso dos refugiados sírios. O desapontamento com o Islã (sendo visto por muitos como um sistema já falido) é uma das razões por estarem mais abertos a ouvir sobre o Cristianismo. Mas a principal causa é a enxurrada de amor proporcionada a eles através da igreja nacional perseguida, e por missionários de várias partes do mundo (entre aqueles, também os nossos da JMM) entregando seus melhores anos naquela região. E isso só nos faz questionar: Como podemos ficar de fora disso?

Do Norte da África, ouvimos que os casos de boicote perseguição velada e violência contra nossos irmãos fazem deles pessoas cada vez mais maduras e desejosas de serem chamados dignos de sofrer pelo nome de Jesus. Um dos textos que mais os motivam é este: ”Bem-aventurados serão,quando, por minha causa os insultarem perseguirem e levantarem todo tipo de calúnia contra vocês.. Alegrem-se e regozijem-se, porque grande é a recompensa de vocês nos céus, pois da mesma forma perseguiram os profetas que viveram antes de vocês. Vocês são o sal da terra“. (Mateus 5.11-13)

Diante de relatos assim, estamos entendendo que não haveria melhor tempo para voltarmos. Nossa família deseja muito seguir VIVENDO A COMPAIXÃO entre os árabes do Oriente Médio e Norte da África.

Paz! سلام

Pr. Caleb, Rebeca e Ismael Mubarak

VIVENDO a COMPAIXÃO no Mundo Árabe