Quatro meses após a passagem do ciclone Idai, o mais devastador a atingir Moçambique nos últimos dez anos, os missionários de Missões Mundiais presentes no país se dizem renovados, pois puderam contar com a presença de líderes da JMM, incluindo o Pr. João Marcos Barreto Soares, diretor executivo, além de duas caravanas do programa Voluntários Sem Fronteiras e de ofertas e orações que chegaram até eles vindas de todo o Brasil.

“Ter os dois líderes de ponta da JMM aqui em Moçambique, logo após o ocorrido, significou muito. Principalmente porque vieram e viram não apenas ouviram. Senti-me particularmente amada. Esse mesmo sentimento me tomou ao saber da resposta das igrejas ao nosso pedido de socorro. Tudo isso nos marcou profundamente. Hoje andamos pelos projetos e podemos dizer: a JMM está aqui”, comenta a missionária Noemia Cessito. 

Os sobreviventes desta tragédia ainda precisam de abrigos, roupas, água limpa e comida. Diversos países, incluindo o Brasil, já enviaram ajuda humanitária ao país, segundo relata a missionária Ana Cristina, que atua na cidade do Dondo, uma das mais castigadas. 

“O trabalho de duas equipes voluntárias reforçou nossas atividades no Dondo, que visaram a promoção da dignidade humana”, diz a missionária.

Para a missionária Noemia Cessito, os voluntários levaram esperança aos moçambicanos, lembrando-lhes que não estão sós.

“Eles ensinaram sobre construções, cuidaram de doentes físicos e mentais, fizeram as crianças sorrirem, mesmo em meio à dor. Deixaram uma mensagem muito importante: Deus ama vocês e por causa desse amor estamos aqui”, disse Noemia Cessito.

Noemia conta que muita coisa do trabalho missionário presente no país há cerca de 50 anos já foi recuperado, como o telhado de uma casa missionária, o alpendre da Escola Pequenas Sementes e vários tetos de casas da população.

“Recuperamos, principalmente, a esperança das pessoas. O ciclone passou, mas nós permanecemos e conseguiremos nos levantar”, comenta Noemia.

Além das mortes, o ciclone trouxe doenças ao país. Cerca de quatro mil casos de cólera foram notificados. E os medicamentos e outros itens doados por igrejas brasileiras que chegaram a esse campo ainda são de grande ajuda

“Ainda estamos ajudando com alimentação, medicamento, roupas, deslocamento, e assim vai. Temos resgatado o ânimo da população”, relata.

E Escola Pequenas Sementes, uma das mais atingidas pelo ciclone, hoje ganhou um novo alpendre, cobertura das salas de aula, materiais escolares, biblioteca e até uma brinquedoteca.  O muro também recebeu pintura nova.

Ofertas e voluntários ajudaram escola a ganhar novo alpendre

Já a Escola Raio de Sol ganhou três novas salas de aulas e a Escola El- Shadday teve parte do teto das salas de aulas reformado. A creche recebeu material recreativo e brinquedos.

“Salientamos ainda que a parte interna do templo da Igreja do Dondo recebeu uma nova pintura e pequenos reparos. No momento, o templo da Missão Batista de Macharote está sendo reconstruído. Além disso, os novos abrigos já foram construídos e entregues à população, principalmente, a irmãos nas localidades de Mafarinha, Vila, Centro Emissor, Macharote”, conta a missionária Ana Cristina.

A missionária agradece ainda pelo envio de motosserras, que possibilitaram a retira de árvores caídas.

“Cremos, sem dúvida alguma, que suas orações, suas ofertas, sua generosa participação, produziram alegria e força. Juntos, nós pudemos alcançar vidas que careciam e ainda necessitam de nossa assistência”, diz Ana. 

Aos poucos, o cenário de morte e dor começa a dar lugar à alegria. Na comemoração pelo Dia da Criança local, as escolinhas da JMM no país ganharam toda a ornamentação, com bolo e muitos presentes. As ações beneficiaram mais de 5.000 pessoas entre crianças e adultos. Diversos eventos estiveram repletos de atividades e palestras motivacionais.

Diante do que ocorreu, louvamos ao Senhor pela porção de remédio doado, pela assistência de cada médico e enfermeiros que voluntariamente nos assistiram.  Além das reformas e da sensação de missão cumprida também pôde ser vista e reconhecida em cada manifestação nas comunidades, o sentimento de gratidão expressado nas mais diversas formas pelo povo moçambicano diante do trabalho de nossos voluntários.

Nosso desejo é que possamos dar continuidade ao trabalho com as oficinas e o material deixado, como: máquinas de fabricar cimento, formas de blocos, carrinhos para conduzir os blocos, ferragens em geral, ferramentas e máquinas para montarmos uma pequena oficina de carpintaria. Queremos gerar algo que seja sustentável, econômico e sociável.

Sua resposta ao nosso clamor foi uma ação muito significativa, que respondeu às nossas necessidades e ainda trouxe um toque novo para nossas escolas, templos e abrigos. Para nós, não foi apenas um dia, uma semana, quinze dias, pois o legado que as ações beneficentes produziram continuará vivo em cada projeto. Ainda estão previstos a construção de duas salas para realização do culto infantil (EBD) nas congregações de Mafarinha e Centro Emissor com mesas, cadeiras e literaturas infantis e ainda um parque infantil na Escolinha Raio de Sol.

“Eu estou explodindo de emoção! Depois do desastre que o ciclone causou aqui em Moçambique, poder ajudar centenas de famílias com assistência espiritual, psicológica, médica e distribuição de cestas básicas tem sido algo inexplicável! Obrigada a todos que se deixaram ser tocados por Deus e semearam em nossos projetos, igrejas e congregações! Está aí o resultado da sua semeadura, Deus os recompense! Nosso Deus faz infinitamente mais e nos surpreende”, emociona-se Ana Cristina.

Ela lembra ainda de todo o empenho da direção de Missões Mundiais e dos missionários da sede, principalmente a coordenação do programa Voluntários sem Fronteiras pelo tempo investido em oração, pelos critérios na seleção de cada equipe enviada ao campo, pela captação e envio de recursos e acompanhamento das ações.

“Somos gratos a toda a equipe da Junta de Missões Mundiais que se envolveu diretamente nessa missão tão desafiadora. Juntos fazemos Moçambique novamente se alegrar, celebrando a nova história que nosso Deus está escrevendo para esta nação”, comenta. “Por fim, mais uma vez, muito obrigada à liderança da JMM que em todo tempo esteve conosco, dando apoio e   presença marcante. Nossos líderes nos trouxeram que nos trouxeram palavras de ânimo e alegria e novos alvos a serem atingidos. Também agradecemos a todas as igrejas e voluntários pelo seu envolvimento, investimento em oração e recursos financeiros destinados a abençoar nossa nação”, encerra.

Missões Mundiais é grata pelo envolvimento de cada irmão em Cristo que tem se colocado disponível nesta missão de reconstrução de vidas e projetos em Moçambique. Sabemos que todos são um pedacinho de Deus presentes, de alguma forma, nesse país africano. Continue orando e agindo. Você é parte dessa força missionária que transforma vidas em Moçambique e por todo o mundo.

Doe agora

 

por Marcia Pinheiro