A missionária Ana Cristina da Silva Santos vive diariamente a dura realidade de meninas e moças, com idade entre 8 e 23 anos, que são tratadas como objetos por seus próprios familiares. Meninas em busca de ajuda, de um ombro amigo para chorar. Como é o caso desta garota de apenas 11 anos, a qual não revelamos o nome por questões de segurança. Veja o desabafo desta criança e coloque-a em suas orações, bem como a todas as demais que passam por situação semelhante.

Tenho 11 anos de idade e, desde o ano passado, vivo em uma "morte prematura". Nasci no campo, longe de tudo e de todos. Minha infância sempre foi triste, rodeada de gente que pouco se importa com o meu futuro e de qualquer criança, que teve o azar de ter nascido aqui.

Todos os dias acordo às 4 da manhã e percorro longas distâncias à procura de água. Quando volto, faço todos os trabalhos domésticos e em seguida, vou à machamba ( trabalho no campo).

Nunca fui à escola e nunca tive tempo livre para brincar com outras crianças, que também sofrem como eu.

Na casa ao lado vive um idoso de 60 anos. Ele sempre vinha conversar com meus pais e quando ia embora, chamava-me de "nkata" (esposa).

Em dezembro do ano passado, ele trouxe um cabrito e ofereceu ao meu pai. Na saída, segurou-me pela mão e disse: “Vamos, esposa!”.

Eu não conseguia entender o que estava a acontecer! Naquela mesma noite, aquele idoso tomou-me por sua esposa e tirou-me a pureza. Fui objeto de troca, por um cabrito! Hoje, tenho 11 anos de idade e estou grávida de 7 meses.

Além de mim, existem muitas crianças que sofrem com este ato macabro, que acaba com toda esperança de algum dia sermos felizes.

Nos ajude. Meninas como eu gritamos por socorro.

 

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