Missões Mundiais participa da Conferência Missionária da PIB de Campo Grande (MS)
- Redação JMM
O Diretor de Operações de Missões Mundiais, Pr. Alexandre Peixoto, e o missionário Jessé Carvalho, Líder Estratégico para o Mundo Muçulmano da JMM, participaram neste final de semana da Conferência Missionária da Primeira Igreja Batista de Campo Grande (MS), que teve como tema “Todos Precisam Ouvir”.
Durante o encontro, o Pr. Leno Lúcio, pastor de missões da PIB e ex-missionário de Missões Mundiais, fez questão de agradecer publicamente à Junta pelo apoio recebido em um momento delicado de sua trajetória, quando enfrentou burnout no campo missionário. “Nós, em família, queríamos agradecer muito a você e à Junta. No tempo em que eu tive burnout no campo missionário, a Junta praticamente nos ‘raptou’ do campo, cuidou e nos deu suporte. E esta é a primeira vez que Deus nos dá a oportunidade de agradecer à Junta. Tivemos uma igreja presente, mas uma missão (JMM) que foi como uma mãe para nós em todo esse tempo. Obrigado, obrigado mesmo. A nossa gratidão.”
Após a gratidão, o Pr. Leno conduziu a oração pelo Pr. Alexandre, que em seguida trouxe sua mensagem à igreja. Ele recordou a participação do Pr. Leno no Congresso Missionário da Igreja Batista Alcobendas do Norte, na Espanha, onde compartilhou a palavra “O que eu faria diferente”. Segundo o Pr. Alexandre, foi um testemunho poderoso de como Deus age em todas as circunstâncias, inclusive em meio a lutas e desafios. Ele também destacou a relevância do ministério que o Pr. Leno e sua família desenvolvem atualmente na igreja local.
Confira um resumo da pregação do Pr. Alexandre Peixoto a seguir:
Eu agradeço em nome da Junta de Missões Mundiais e dos cerca de 2.450 missionários em 97 países que vocês têm sustentado. É a igreja do Senhor que faz a diferença, mesmo quando não se percebe a dimensão do envolvimento. Muitos pensam que grande é a igreja da televisão, com helicópteros e canais de TV. Mas grande, de fato, é a Convenção Batista Brasileira, com cerca de 14 a 15 mil igrejas espalhadas pelo Brasil. Unidas, formam uma força imensa. Ontem, meu amigo Fabrício falou sobre Missões Nacionais. Ele lidera um grande movimento dentro do Brasil. Somadas a Missões Mundiais, presentes em 97 países, e às igrejas batistas brasileiras, formamos uma das maiores organizações humanitárias genuinamente brasileiras, com impacto nacional e internacional.
O tema desta noite é: “Todos precisam ouvir.” E eu me perguntei: se todos precisam ouvir, o que devemos fazer para que esse tema se torne realidade? É impossível alguém aqui questionar se todos precisam ouvir. Dos mais jovens aos mais experientes, todos temos convicção: todos precisam ouvir de Jesus. Então, o que fazer para que isso aconteça? Como fazer para que todos tenham acesso ao maior prêmio que um ser humano pode ter, que é tornar-se filho de Deus, com direito à herança espiritual, material e à presença do Pai?
Para responder, compartilho Marcos 5, a história de Jairo. Jesus volta de barco, uma multidão o cerca e chega Jairo, dirigente da sinagoga. Prostrado, ele implora: “Minha filha está morrendo. Vem, impõe as mãos sobre ela para que viva.” E Jesus foi com ele. No caminho, uma mulher toca em Jesus. Ele para. Para Jairo, era desespero, mas também parou. Mais adiante, dizem: “Sua filha morreu.” Jesus responde: “Ela não morreu.” Ao chegar à casa, declara: “Ela está dormindo.” Zombaram dele, mas Jesus entrou, tocou a menina e a entregou viva.
Alguns detalhes sobre Jairo: ele era um líder religioso influente, administrador da sinagoga, quem decidia quem pregava, quem entrava, quem saía. Certamente já havia buscado todos os médicos possíveis. Tinha consciência de que, aos olhos da sua comunidade, Jesus era um herege. Curvar-se diante de Jesus significava manchar sua integridade, romper com sua posição e com a religião estabelecida. Mas Jairo se jogou aos pés de Jesus.
A resposta do que fazer para que todos conheçam a Palavra é essa: curvar-se diante de Jesus. Precisamos romper com a falsa religiosidade, com a busca por aceitação. É preciso ser radical na fé e afirmar: “Sem Jesus, ninguém é nada.” Jairo rompeu com a sociedade, com a religiosidade, com o governo e consigo mesmo. Reconheceu: “Não posso salvar minha filha. Mas se Jesus for à minha casa, ela será curada.” Assim também nós: para que todos conheçam Jesus, precisamos nos ajoelhar aos seus pés e amar os perdidos como Jairo amou sua filha. O grande problema é que a igreja nem sempre ama suficientemente os perdidos. Muitas vezes investimos mais em conforto do que em alcançar os que morrem sem Cristo.
Existem desafios globais sérios: 4,6 bilhões de pessoas não conhecem a Jesus como Salvador. Elas precisam ser vistas pela igreja como a filha de Jairo: não podem ir a Jesus, não podem clamar a Ele. Isso equivale a mais de vinte vezes a população do Brasil. Entre essas, 11 mil povos não são alcançados. Cerca de 7 mil não têm conexão alguma com o evangelho. Um povo não alcançado é aquele com menos de 2% de cristãos.
Um exemplo é o Vietnã. O país tem 76 povos sem trabalho missionário; escolhemos 13. Dessa ação, vemos frutos como o professor Lourenço, novo convertido que aprende pela oralidade e já compartilha o evangelho. Um povo não alcançado precisa ser amado.
Enquanto nossas cidades têm ruas cheias de igrejas, há vilas inteiras no mundo sem Bíblia, sem cristãos. Noventa por cento dessas pessoas não alcançadas vivem em pobreza extrema. Temos dois grandes alvos: os que nunca ouviram de Jesus e os mais pobres da Terra.
Um exemplo vem do norte de Angola, em nossa escola batista de inclusão invertida: começou com crianças cegas, depois surdas e com síndrome de Down. A escola ficou tão boa que pais de crianças típicas pediram matrícula. Professores cegos e surdos ensinam; alunos atípicos e típicos aprendem juntos. O Antônio, aluno por anos, hoje é professor auxiliar. Não falamos de assistencialismo, mas de transformação real. Somos o Jairo do nosso tempo: temos os joelhos e a voz de Jairo para dizer: “Vem, toca neles para que possam viver.”
Há também o desafio do acesso à Palavra: 1,5 bilhão de pessoas não têm a Bíblia traduzida em sua língua — às vezes nem uma página. Enquanto muitos têm várias Bíblias em casa, outros não têm um único versículo. Isso nos convoca: gastar a vida com o quê? Precisamos de gente que se dedique e, se preciso, por décadas, à tradução da Bíblia.
Outro dado: apenas 2% dos surdos conhecem Jesus. Eles estão perto de nós — nas universidades, escolas, vizinhanças. Em regiões de perseguição, entregamos Bíblias físicas e também áudio-Bíblias solares, como no Paquistão, onde possuir uma pode significar risco de morte. Um homem ouviu o evangelho por esse meio, entregou-se a Cristo e foi batizado.
Oitenta por cento dos que nunca ouviram de Jesus vivem sob perseguição. No fim de dezembro de 2024, cinco obreiros nossos na Índia foram presos após distribuir Bíblias. Ficaram detidos até janeiro. Mas recusaram negar a fé, permaneceram firmes. Tomamos uma decisão prática: formar advogados locais para defender cristãos na região. As ofertas e orações de vocês chegam lá.
Esses pastores são como nós: têm filhos, sonhos, despesas, mas diferem em algo — podem morrer por pregar o evangelho. Quando sugerimos mudar de lugar, respondem: “Voltarei. Se eu morrer, sei para onde vou; se eu não voltar e eles morrerem, não irão para onde eu irei.”
Somos os joelhos e a boca de Jairo hoje. Há pessoas que não podem ir a Jesus; precisamos interceder e ir, dizendo: “Jesus, vem e toca.”
Qual é a sua resposta? Não apenas “Senhor, salva-os”, mas: “Senhor, o que tenho que fazer? O que esperas de mim?” Caminhamos para 2033, quando se completam 2.000 anos da Grande Comissão. Qual será o pacto desta igreja até lá?
Jairo reconheceu que Jesus é maior. Ele entregou o que tinha de mais precioso — sua filha — e confiou. Entre o “vou” de Jesus e a chegada à casa, houve outro milagre; e Jairo não se desespera, porque sabe quem é Jesus. Não é questão de tempo ou força, mas de presença. Para que todos conheçam, precisamos nos curvar a Ele.
Ore comigo agora: “Grandioso Deus e eterno Pai, nós nos colocamos na tua presença. Queremos ser como Jairo: romper com tudo e olhar para teu Filho Jesus dizendo: eis-me aqui, Senhor. Nada do que tenho me pertence, nada do que sou tem valor sem o Senhor. Dá-nos as nações por herança. Levanta uma geração disposta a tudo pelo Teu evangelho. Ajoelhamos-nos pelas nações, dizendo: dependemos de ti. Em nome de Jesus. Amém.”
Veja a pregação completa no YouTube, aqui.
Jamile Darlen
Jornalista em Missões Mundiais
(editado com auxílio da Inteligência Artificial)