O ano de 2024 foi repleto de novidades e transformações na minha caminhada, e sou grata ao Pai por ter você comigo na jornada. Saber que tenho, ao meu lado, seus joelhos suplicantes, as mãos doadoras e os ouvidos atentos (ou melhor, olhos, lendo estas palavras) são motivo de real alegria e renovo para minha alma e espírito.

Nas últimas semanas, comecei a visitar uma nova comunidade de fé, dirigida por irmãos locais, em que se fala apenas a língua local. Foi um grande desafio, pois apesar do desenvolvimento no aprendizado da língua, ainda há muito vocabulário desconhecido para mim. No entanto, além de praticar mais minha escuta do idioma, participei e celebrei junto com aqueles irmãos.

Na primeira reunião do ano, fomos convidados a cear juntos. Naquele momento, admito que não entendia as canções enquanto segurava os elementos, aguardando o momento de comer e beber juntos. Mas, não consegui conter as lágrimas e senti meu coração ardendo com a presença dEle no significado especial de participar da Ceia com aqueles queridos irmãos. Mais tarde, conversando com uma outra trabalhadora, que foi junto comigo, ela compartilhou que sentiu a mesma coisa e começou a chorar de gratidão. Não percebemos as lágrimas uma da outra, mas, ao mesmo tempo, sentimos aquela presença esmagadora que nos impelia ao chamado de lembrar do sacrifício e ser testemunhas de Jesus.

Naquele mesmo dia, mais cedo, visitei uma moça na prisão. Após trabalhar muitos meses para uma família e ficar sem pagamento, passando por maus-tratos, impedida de comer ou descansar, tentou fugir por uma pequena abertura de um cômodo da casa, mas não conseguiu passar. Ela retornou ao quarto no qual passava a maior parte do tempo trancada e pulou da janela do segundo andar. Com o pulso e pernas deslocadas, ela se arrastou até a rua e, ao ver um casal caminhando, pediu para que ligassem para a polícia, que a levou ao hospital e, depois, a manteve em custódia. 

Perguntei se ainda sentia alguma dor e ela disse que sentia um pouco a perna e o pulso. Segurei as lágrimas e oramos juntas. Por mais que as dores físicas se mantivessem, via em seus olhos que as dores emocionais eram ainda maiores. Pensei muito sobre a situação… O nível de desespero que a levou a pular do segundo andar… E também sobre o casal que passava pela rua. Quantas vezes estamos na mesma situação? Diariamente, o Pai nos dá a oportunidade de sermos instrumentos para salvar a vida de alguém. O quanto nos atentamos para isso?

Nenhum de nós é herói. O nosso herói já fez o trabalho dEle, e continua fazendo por toda a Terra. Ele nos convida para participar juntos, mas o quanto realmente andamos atentos e dispostos a fazer isso? Minha oração é que, em 2025, nosso Pai acenda os nossos corações não só em emoções por um curto período, mas em ações verdadeiras que ecoarão pela eternidade, sabendo que cumprimos a nossa parte, sendo testemunhas.

Deus nos amou tão intensamente que enviou seu Filho para nos salvar. Devemos refletir esse amor também em ações para com os outros.

Conto com suas orações por mais obreiros; para que, como seguidores, voltemos nossos olhos ao Mestre. Interceda também pela saúde física e emocional das meninas que atendo, e por saúde física e emocional para os trabalhadores na região. Ore também por sabedoria e estratégias missionárias do Pai para a caminhada em 2025.

Que Deus te abençoe e ilumine seu coração com sabedoria para seguir em frente; ou até mesmo reescrever os planos de 2025, direcionando ao que Ele desenhou para você!

No Amor do Pai, vamos completar a missão!

Joana Ferreira.

Missionária no Oriente Médio

Para enviar uma oferta única, doe através do PIX: 34.111.088/0001-30 

Para apoiar o Projeto mensalmente, acesse aqui

 

SAIBA MAIS SOBRE O PROJETO:

A missionária Joana Ferreira atua no projeto Vítimas de Tráfico Humano no Oriente Médio. Ele é uma iniciativa dedicada a fornecer cuidados holísticos e advocacia para trabalhadoras migrantes traficadas no Oriente Médio. Este projeto se concentra em apoiar mulheres migrantes que foram aprisionadas, oferecendo assistência imediata, suporte legal, e facilitando sua repatriação e reintegração em suas comunidades de origem.

“Muitas das mulheres que atendemos vêm para o Oriente Médio com a compreensão de que irão limpar casas ou cuidar de crianças. No entanto, quando chegam, muitas enfrentam violações de direitos trabalhistas, como não serem permitidas sair da casa do empregador, possuir seus próprios passaportes ou até mesmo ter seus telefones celulares para se comunicar com a família em casa. Também ouvimos situações devastadoras de abuso físico e sexual, além de serem forçadas a trabalhar sem pagamento. Muitas das mulheres fogem de seus empregadores quando enfrentam situações como essas. Uma vez que elas fugiram, se a polícia as parar, elas serão presas por ter um caso contra elas pelo empregador ou por não possuírem a documentação adequada para permanecer no país.”, explica a missionária.