Vencendo a pobreza espiritual
- Redação JMM
Estamos há 15 anos na Espanha como missionários de Missões Mundiais. Em todo esse tempo, temos presenciado diferentes momentos na situação econômica social do país. Os dados estatísticos colocam a Espanha em terceiro lugar em desigualdade econômica, e terceiro em pobreza infantil em relação aos demais países da União Europeia. No entanto, o que mais nos impacta é a condição de pobreza espiritual do povo espanhol. Isso se reflete tanto a nível pessoal, como familiar e social. Cresce o índice de suicídios, depressão e transtornos psicológicos, a adição às drogas, a violência de gênero, o tráfico de pessoas e o abuso sexual.
É alarmante o número de mulheres que morrem nas mãos dos seus companheiros ou ex-companheiros; os adolescentes que são entregues ao Juizado de Menores e acolhidos em alojamentos especiais porque seus pais já não sabem como criá-los, além de outros sinais de pobreza e declínio do indivíduo como pessoa. E como se fosse pouco, o governo ocupado em defender e aprovar leis que favoreçam os movimentos de igualdade de gênero e direito à escolha sexual. Tal como vinha sendo feito no Brasil, estão preocupados em levar às escolas esse tipo de ensino, para que cada criança tenha a liberdade de decidir o que quer ser, se homem ou mulher. Por outro lado, a falta de perspectiva laboral e os altos índices de desemprego têm levado a juventude a desacreditar que existe um futuro para ela. Os jovens se entregam aos vícios e à libertinagem, levando uma vida de ociosidade e despropósito.
A realidade religiosa é também muito triste. Apesar de se considerar de maioria católica, a sociedade no geral não tem uma prática religiosa definida e constante. A filosofia dos pais é de que a criança tenha a liberdade de decidir sua confissão religiosa quando for maior de idade. Assim, no tempo mais indicado para que receba uma formação espiritual, está entregue às ideologias reinantes na sociedade secularizada e descrente, bem como à influencia de diferentes credos religiosos que avançam nos seus métodos para ganhar adeptos.
Como evangélicos, somos menos de 1% da população. Sim! Uma terra de missões! Mais da metade dos municípios da Espanha não têm nenhuma obra evangélica. Ainda que observamos um certo crescimento do número de evangélicos, a realidade é difícil considerando que a maioria das igrejas é muito pequena, muitas delas não têm um templo ideal, e outra grande parte carece de um pastor que lhe atenda formalmente. É comum encontrar duas, três igrejas sendo atendidas por um só pastor. Outras muitas sendo lideradas por leigos que servem voluntariamente. Sem dúvida uma das maiores necessidades que temos aqui é a de liderança formal ou mesmo informal, mas com um mínimo de formação ministerial e condições de dirigir um grupo. Precisamos investir mais no ensino religioso e teológico, e também trabalhar no despertar de vocações e visão missionária. Os irmãos espanhóis precisam ser orientados e motivados a ocupar o seu lugar no Reino de Deus para fazer diferença nesse ambiente tão árido como é a nossa sociedade. As igrejas na sua grande maioria são bem pequenas, tendo carência de líderes nos diferentes ministérios, trabalho com crianças, jovens, na área de louvor etc.
Para o avanço do Evangelho na Espanha, precisamos investir mais na descoberta e formação de líderes e na plantação de novas igrejas que sejam geradas com intencionalidade e visão de fazer crescer o Reino desde aqui até os confins da terra. Atualmente este tem sido nosso projeto como missionários dos batistas brasileiros. E juntos podemos contribuir para que esta seja uma realidade nos próximos anos.
Pr. Marcus Vinícius e Sylvia Ramiro
missionários na Espanha